domingo, 1 de março de 2020

Poema - Margens Ausentes

                                                     Margens Ausentes

 
Saí do sossego das tuas margens,
Mas não sei alcançar o oceano;
Não ouso arriscar-me em viagens,
Não saberia lidar com tal engano.

 
A nossa vida era um remanso
Que deu lugar a águas agitadas,
Era uma correnteza de que não me canso
Porque havia sempre águas animadas.

 
Havia nas margens do nosso rio
Jardins viçosos e almas floridas;
Margens que a vida destruiu,
Deixando apenas arenosas despedidas.
 
 
Possa esse rio alcançar o mar,
Levando com ele o que não soubemos amar.

 
MARIANO MENDONÇA LOPES