domingo, 9 de outubro de 2022

Poema - Refulge o silêncio

 

Refulge o silêncio

Na tempestade das minhas ideias.

 

As palavras são inaudíveis,

Como que açoitadas pelo vento.

 

O afago, se o há,

Vem da aridez da vida,

Dos bancos vazios na praça,

Dos momentos esquecidos num asilo.

 

O refúgio da alma

Perdeu-se num desatino,

Num desassossego atroz,

Arrebatado pela solidão.

Pela dor de ver partir

Quem um dia foi porto seguro

E entardece agora para sempre.

 

Hoje, eu fico à janela

De uma casa sem paredes,

Abandonado...

 

MARIANO MENDONÇA LOPES


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