Às vezes sinto o vento passar no rosto.
E pelo facto de o sentir,
Fico com a impressão
De que viver
É um mero ato fortuito,
E que é apenas e tão só um sopro
Que a vida nos faz sentir muito
Quando o vento nos bate no rosto.
MARIANO MENDONÇA LOPES
Às vezes sinto o vento passar no rosto.
E pelo facto de o sentir,
Fico com a impressão
De que viver
É um mero ato fortuito,
E que é apenas e tão só um sopro
Que a vida nos faz sentir muito
Quando o vento nos bate no rosto.
MARIANO MENDONÇA LOPES
Toda a mudança traz na alma
A dor da transformação.
Aquilo que agora me acalma
Já foi antes dolorosa perturbação.
A mudança é um perpétuo movimento
Que vibra em todas as direções,
Não cessa um só momento,
Replicando em inúmeras sensações.
Tudo na vida se faz de mudança;
Necessário é se acostumar à ideia,
Agindo sempre com perseverança.
Na vida, toda a mudança desencadeia
Um novo fôlego de esperança,
Sonhos com que a vida nos presenteia.
MARIANO MENDONÇA LOPES
Multiverso
Mergulho em tuas águas
Para acalentar o meu espírito;
Vivo no sobressalto das ideias,
É em ti que busco a calmara
Dos pensamentos absurdos.
Há em mim o desejo absoluto
De me inventar do nada
Num Big-Bang hermenêutico.
No refúgio das tuas águas celestiais,
Alivio a minha tormenta;
A solidão é outra forma de companhia
Que se ausenta do mundo.
Mergulho em tuas águas
Para cumprir o meu destino
Que me foi dado em outras dimensões.
Há em mim o silêncio sideral
De um vácuo absoluto
Mergulhado no som atemporal.
E assim permaneço
Até despertar a consciência.
Sou o conjunto de planos dimensionais
Que mergulharam no meu ser.
Ergo-me da poeira cósmica
Para partir, rumo ao amanhã
Que já me antecedeu.
Reescrevo-me em cada linha do Universo.
Faço de mim a imaginação
Que há no porvir
Para me reinventar em qualquer momento
E viver a plenitude do meu tempo.
O meu Tempo tem muitos tempos;
Mergulho em tuas águas
Para criar o tempo que me resta
E partir, assim, para o próximo Tempo.
MARIANO MENDONÇA LOPES
Peregrinações
Hoje
eu fico aqui sentado
Vendo
o tempo que flutua
E
sofro, o coração apertado,
Por
encarar a verdade crua.
E
hoje eu me lembro de ti
Aturdido
nos pensamentos,
De
como eu sempre vivi
intensamente
os nossos momentos.
E
lembro, como não lembraria,
A
felicidade que eu construí
Contigo
a vida era só poesia
Que,
estupidamente, destruí.
Por
tudo aquilo que passamos
Eu
não poderia deixar-te partir
E
entre tudo o que sonhamos
Tu
foste o meu outro existir.
Estavas
sempre deslumbrante
nos
lugares aonde íamos,
eu
te admirava, extasiante,
pelo
amor que dividíamos.
Em
suaves contornos sensuais,
O
teu corpo era a pura expressão
De
desejos e vontades carnais
De
uma irresistível tentação.
Estavas
sempre tão bela e irradiante,
Os
olhares dos homens te iluminavam,
E
ficavas ainda mais vibrante
Porque
as mulheres te invejavam.
Hoje
eu fico aqui parado
Escutando
as lágrimas caírem
E
me vejo simplesmente acabado
À
espera dos dias partirem.
Lembrando
como encantavas
Em
todos os ambientes
E
de como um dia sonhavas
Viajar
para mundos diferentes.
De
como brilhavas e seduzias,
A
tua presença era pura sedução
Na
minha cabeça, mil fantasias,
Porque
só tu ousavas tanta emoção.
E
me lembro dos dias apaixonados
Que
teimavam em se repetir
E
de como vivíamos sempre agarrados
Sonhando
alegres um eterno porvir.
De
como nos completávamos,
Almas
gêmeas, jantar a dois,
Entre
mundos imensos sonhávamos
um
futuro eterno sem ‘depois’.
Selávamos
com beijos juras d’amor
Que
hoje são apenas recordações
desse
tempo de inesgotável vigor
De
vividas e eternas Peregrinações.
MARIANO
MENDONÇA LOPES