sábado, 5 de agosto de 2023

Poema - Multiverso

Multiverso

 

Mergulho em tuas águas

Para acalentar o meu espírito;

Vivo no sobressalto das ideias,

É em ti que busco a calmara

Dos pensamentos absurdos.

 

Há em mim o desejo absoluto

De me inventar do nada

Num Big-Bang hermenêutico.

 

No refúgio das tuas águas celestiais,

Alivio a minha tormenta;

A solidão é outra forma de companhia

Que se ausenta do mundo.

 

Mergulho em tuas águas

Para cumprir o meu destino

Que me foi dado em outras dimensões.

Há em mim o silêncio sideral

De um vácuo absoluto

Mergulhado no som atemporal.

 

E assim permaneço

Até despertar a consciência.

 

Sou o conjunto de planos dimensionais

Que mergulharam no meu ser.

 

Ergo-me da poeira cósmica

Para partir, rumo ao amanhã

Que já me antecedeu.

 

Reescrevo-me em cada linha do Universo.

 

Faço de mim a imaginação

Que há no porvir

Para me reinventar em qualquer momento

E viver a plenitude do meu tempo.

 

O meu Tempo tem muitos tempos;

Mergulho em tuas águas

Para criar o tempo que me resta

E partir, assim, para o próximo Tempo.

 

MARIANO MENDONÇA LOPES

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