domingo, 25 de agosto de 2024

Poema - Desencarne

Desencarne

 

Nas margens do meu tempo,

As ilusões vagam,

Libertas de qualquer obrigação,

 

Sem estarem sujeitas a qualquer contratempo

Que porventura tragam

A essa sua condição.

 

Há dimensões que não se alcançam

Senão pelo sonho ou pelo desencarne;

Há noites que não viram dia.

 

Sonhos são almas que se amansam

No travo violento da tempestade

Que o viver traz e agonia.

 

Nas margens da minha existência,

Há sonhos que divagam

As marcas do meu ser;

 

Vivo com a absoluta consciência

De que as experiências marcam

O que em outra vida eu vou ser.

 

MARIANO MENDONÇA LOPES

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