Eu canto a liberdade que trago incólume no meu peito, uma chama que não se apaga no tempo e que no meu olhar não conhece limites nem horizontes. Trago em mim a vontade de viver sem rédeas de opressão, sem mecanismos sociais que contenham ou cerceiem a vontade do meu espírito de viver, de pensar, de criticar ou de agir. Vislumbro na alma o ânimo que me provoca, que me ergue como a fraga no mar revolto, sobrepondo-me aos esgares anônimos de crítica, às impetuosidades que me atormentam mas que, como um gaivota audaz, ouso transpor pelas asas do meu destino. E vivo, na transcendente liberdade do caminho, sem berma nem cruzamento, na longa Estrada que me há de levar ao infinito para conhecer o Universo, desenhar contornos nas estrelas que se aproximam do meu horizonte e segurar nas minhas mãos, irreverente, um mundo que é só meu.
Há em mim rajadas de inconstâncias,
açoitando a fragosa temperança do meu ser, desabando em tempestuosas
inclinações ao maléfico profetismo da minha redoma, mesmo que eu sacuda
violentamente tais espasmos bafejantes de idiossincrasias e procure devolver a
paz de espírito ao âmago criador que embalo envolvente na ternura de uma
madrugada cadente de bebida e inspiração. Refastelam-se as letras, embalam-se
as melodias, saciam-se as sedes e a noite termina no aconchego da leitura. Ah
assim sim, há paz de espírito neste homem.
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