sábado, 30 de outubro de 2021

Poema - Jardins Ausentes

  

Jardins Ausentes

 

As pedras no chão da rua

Já foram a minha passagem

Em busca da vida.

Hoje são uma ilusão nua

Do que era para ser uma viagem

E se tornou uma despedida.

 

Os candeeiros que estão apagados

Já iluminaram muitos destinos

Até que se extinguiram, de vez.

Já foram luz em tempos passados

Alumiando amores clandestinos

Que jamais perderam a timidez.

 

Os jardins hoje sem cor

Já souberam se encher de alegria,

De risos e vida em movimento.

Já viram crianças e muito amor,

Já inspiraram romance e poesia,

Já foram cenário de casamento.

 

Mas as pedras do caminho

Que atravessa esse jardim

Já não têm os candeeiros;

Nele, eu ando sempre sozinho

Procurando companhia sem fim,

Buscando amigos verdadeiros.

 

A pedras se soltaram do trajeto

E agora estão por aí dispersas

Em busca de alguém para as reconstruir.

Os candeeiros são um mero objeto

De finalidades controversas

Que desejam voltar a sorrir.

 

Esse jardim que não existe

Ficou sempre na imaginação

De um sonho que não tem fim.

É a vontade que a tudo resiste

De sonhar com uma forte emoção

Que a minha vida é um perpétuo jardim.

 

MARIANO MENDONÇA LOPES

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