sábado, 16 de setembro de 2023

Poema - Sigo por essa estrada abandonada

 

 Sigo por essa estrada abandonada

Que um dia surgiu em mim.

Não consigo ver mais nada,

Nem sei mesmo se tem um fim.

 

Sigo sem rumo nem direção,

Eu mesmo é que sou o sentido.

Sigo errático sem nenhuma proposição,

Apenas o facto de ter existido.

 

A minha alma é uma casa abandonada,

Nela residem apenas imagens;

Mora no meio de tudo, entre o nada,

É uma residência sem personagens.

 

Tudo na vida passa mas fica parado,

Quando passo por essa rua vazia;

Sou a vaga lembrança de um velho passado

Em que essa rua era a estrada da alegria.

 

No vazio abrem-se inúmeras portas

Como se fossem portais dimensionais;

Mas são apenas vielas tortas

Onde se cruzam destinos desiguais.

 

MARIANO MENDONÇA LOPES

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