Contemplo
uma palmeira que serpenteia
Nas
curvas do vento frio de fevereiro
E
sinuosamente parece que falseia
A
aparência real de um coqueiro.
Deixo-me
levar pelo sonho que representa
A
folhagem verde num dia cinzento,
Horizonte
negro no pensamento
E
a palmeira, afinal, sempre aparenta
Um
leve gosto saudosista tropical
Como
se esse oceano fosse a margem
Do
sonho imensuravelmente imperial.
E
cego à memória, rendo-me à passagem
Desse
aroma além-mar mais que natural,
Essa
Vera Cruz que é alma selvagem.
MARIANO MENDONÇA LOPES
[Extraído da minha obra, Peregrinações]
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