terça-feira, 6 de agosto de 2019

Poema - Contemplo uma palmeira que serpenteia


Contemplo uma palmeira que serpenteia
Nas curvas do vento frio de fevereiro
E sinuosamente parece que falseia
A aparência real de um coqueiro.
 
Deixo-me levar pelo sonho que representa
A folhagem verde num dia cinzento,
Horizonte negro no pensamento
E a palmeira, afinal, sempre aparenta
 
Um leve gosto saudosista tropical
Como se esse oceano fosse a margem
Do sonho imensuravelmente imperial.
 
E cego à memória, rendo-me à passagem
Desse aroma além-mar mais que natural,
Essa Vera Cruz que é alma selvagem.


MARIANO MENDONÇA LOPES 
[Extraído da minha obra, Peregrinações]

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