Jardins Ausentes
As
pedras no chão da rua
Já
foram a minha passagem
Em
busca da vida.
Hoje
são uma ilusão nua
Do
que era para ser uma viagem
E
se tornou uma despedida.
Os
candeeiros que estão apagados
Já
iluminaram muitos destinos
Até
que se extinguiram, de vez.
Já
foram luz em tempos passados
Alumiando
amores clandestinos
Que
jamais perderam a timidez.
Os
jardins hoje sem cor
Já
souberam se encher de alegria,
De
risos e vida em movimento.
Já
viram crianças e muito amor,
Já
inspiraram romance e poesia,
Já
foram cenário de casamento.
Mas
as pedras do caminho
Que
atravessa esse jardim
Já
não têm os candeeiros;
Nele,
eu ando sempre sozinho
Procurando
companhia sem fim,
Buscando
amigos verdadeiros.
A
pedras se soltaram do trajeto
E
agora estão por aí dispersas
Em
busca de alguém para as reconstruir.
Os
candeeiros são um mero objeto
De
finalidades controversas
Que
desejam voltar a sorrir.
Esse
jardim que não existe
Ficou
sempre na imaginação
De
um sonho que não tem fim.
É
a vontade que a tudo resiste
De
sonhar com uma forte emoção
Que
a minha vida é um perpétuo jardim.
MARIANO
MENDONÇA LOPES