Heróis
Vazios
Queria ouvir a tua luz
Bradar ao meu destino
Canções de liberdade.
O meu destino é vago e me conduz
Sem brilho, coração felino,
Pela alma da tempestade.
Queria sentir a intrepidez
Dos heróis na escuridão
Que anonimamente se escondem,
Exaltando a virtude da timidez,
Da bravura cantada na solidão
Que os alvores do dia interrompem.
Queria ver a sombra iluminar
A tua vontade estoica,
A tua figura aquilina;
A vontade retumbante de lutar
Por uma bandeira heroica
De uma qualquer gesta peregrina.
Queria ver o passado se erguer
Altivo sobre os imprevistos do presente
Desfraldando as suas loucuras
No estandarte solene do amanhecer
Em cuja luz a alma sente
O clamor das razões puras
De quem deseja a liberdade,
De quem luta por outro porvir,
De quem sabe erguer a espada.
Em teus olhos, a tempestade
É um destino ainda por perseguir
No longo anseio da madrugada,
Em busca do sol da tarde
Retumbante sobre o monumento
Em torno do qual a fogueira arde.
MARIANO MENDONÇA LOPES
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