É na
sombra do mar
Que me deixo adormecer
Neste
meu jeito de sonhar,
Ser a vida um leve
entardecer.
É no
sonho que eu acordo tarde
No
segredo deixado da tempestade,
Na vela
que singra, na vela que arde,
Meu
corpo é um copo de saudade
Que se
derrama pelo caminho
E vai,
trôpego, tropeçando.
Ao mundo, abro os braços,
sozinho,
Redimindo-me
do que vou confessando.
É no rosto vazio que eu vou
completar
A minha
sede de viver e de cultura.
No mundo que é uma praia de
sonhar,
Na maré vazia que se enche
de secura.
É às
falésias que me vou confessar,
Erros perdidos que a vida
já esqueceu
Mas se fincam na alma, ah,
eterno passar
Dos sentimentos que o tempo
teceu.
E, porque não, morrer na
onda do mar,
Marulhar, o murmúrio
enfraqueceu.
Amar, o mundo fica só no
olhar
Quando, no mar, o meu ego
adormeceu.
MARIANO MENDONÇA LOPES
[Poema extraído da minha obra, Impressões do Mar]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário!